quinta-feira, 26 de abril de 2007

Post # 9


Até hoje me assusto com a pressão que é escolher uma profissão. Alguns colégios aterrorizam jovens para que eles escolham um caminho, assim, como quem faz miojo. Claro, isso sempre passou pela minha cabeça, aquela velha pergunta que os adultos adoram fazer para as crianças: “e aí, conta pro tio, o que você quer ser quando crescer?”.

A criança, que mal sabe o nome do desenho animado que ela assiste todo dia de manhã responde: “medico, astronauta, paleontólogo, dentista...”.

Comigo foi diferente, não fui pressionado. Na época que eu decidi fazer cinema minha mãe me apoiou, até porque eu estava num momento depressivo e fazer o que eu gosto iria me ajudar. Meu pai fez aquele comentário clássico: e você vai viver do que? Foi quando eu descobri quando surgiu a idéia para o meu nome...

Num desses churrascos da vida, e meados de 1985, minha mãe grávida, meu pai fala: meu filho vai ser artista! Algumas pessoas acham engraçado, na vitrola toca o disco do Tunai, aquele cantor irmão do João Bosco. Alguém então fala: vai ser artista igual ao Tunai. Pronto, era o que faltava para os meus pais. Seria uma previsão do meu pai, então? Eu acabei crescendo com isso já no meu dna.

Meu pai sempre gostou muito de cinema e musica e há uns meses atrás ele secretamente revelou para minha irmã que a ver tocando violão tão bem e me ver estudando cinema enche ele de orgulho, porque são coisas que ele gosta muito. São coisas que ele gostaria de fazer.

Tenho medo de decepcionar meus pais. Mas eu tenho certeza de que estou no caminho certo. Até porque isso foi profetizado por ele até mesmo antes de eu nascer.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Post # 8


As barbaridades


Todos somos malvados. Na idade media reis e rainhas colocavam gatos em sacolas de pano e ateavam fogo por que achavam graça. O povo se divertia com enforcamentos, decapitações. Cabeças rolavam e o povo cuspia nos bandidos, que sem saída viravam espetáculo. Pessoas no interior do Brasil se divertem até hoje colocando galos para brigar. Os pobres bichos se esfolam até o fim. Um exemplo pós-moderno é a troca dos galos pelos Pitbulls, que lutam até a morte enquanto seus donos lutam em boates para chamar atenção do sexo oposto.

Mas apesar de tudo, acredite, pesquisas indicam que a violência diminuiu. Eu tenho uma teoria pessoal. A arte contribuiu muito para saciar os desejos obscuros do ser humano. Aquela vontade que você tem de atirar numa multidão? Alugue “Um dia de fúria”. Quer experimentar carne humana? Veja “Silencio dos inocentes”. Quer ser desumano, destratar pessoas? Leia “O cheiro do ralo”. Quer matar um milhão de soldados? Vá ver “300”. Entre outras formas de se expressar.

O instinto assassino fica latente. Somos animais domesticados com controle remoto.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Post #7



Tunai Paradoxo Caldeira


Acordei para mais um dia nulo de minha vida e vejo um passarinho em minha janela. Deixei a cortina aberta mais uma vez, cacete! A luz do Sol invadia meu quarto, minha vida, estuprava minha vontade de continuar dormindo. Mais um dia nulo, sem sentido. Acordei então. Tentei. Dei bom dia, boa tarde, almocei e pensei. Pensei no passarinho e como as coisas simples acabam deixando recados: fechei minha cortina pra vida! Por mais idiota que seja é verdade. Tranquei portas, janelas, cortinas e gavetas. Engoli as chaves. E agora estou arrependido, num estado lastimável. Tentando achar abrigo em ombros amigos. Minha voz está carente, querendo sair e visitar o mundo. Quero falar, gritar para todos o que deixei para trás e que agora me persegue como um assassino de filme de terror adolescente.

Quando finalmente vou ter certeza do que quero? Alias, quando terei finalmente sensibilidade para perceber que o que me quer e o que me faz bem está ali do meu lado, e eu teimo em lutar contra?

Tudo era tão simples. Eu me esqueci disso. E agora complico tanto minhas relações por medo de ser feliz. Não acredito em felicidade. Tento não acreditar, mas ela existe, sim. E quando ela passa por mim eu finjo ignorar, porque não me acho digno de possuí-la.

Ao mesmo tempo a quero, e desejo. Um paradoxo, sim. Meu sobrenome.