domingo, 14 de outubro de 2007

Post # 1 3


As verdades que nem mesmo conheço saem pelos meus poros. Pensamentos passam dentro de uma madrugada aonde o corpo agüenta mais uma vez uma pequena dose de autodestruição. Não consigo negar aquilo que sinto em meio ao mundo, à musica e aos sorrisos que me rodeiam. Anseio por mais um dia poder chegar a encontrar àquilo que realmente almejo. Devo me dar ao luxo de pensar que um dia terei certezas ou devo me acostumar a idéia de que nunca deixarei de ter duvidas?


Não tenho vergonha de assumir indecisões. Afinal, se estou errando é porque pelo menos estou tentando. Ficar parado? Não concebo a idéia. Fugir da realidade por alguns segundos mesmo que no dia seguinte a dor de cabeça latente me acompanhe até ser exterminada por uma xícara de café forte.


Sentado no bar com amigos sinto minhas mãos trêmulas. Afinal, o que há de errado comigo?

- Você quer ir embora?
- Não. A conversa ta boa...
- Mas e se for um pressentimento?


Será? Devo esperar coisas boas ou coisas ruins?

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Post # 1 2


Tempos depois estou de volta a palavrear promiscuamente.


Sou um pessimista nato, daqueles que não conseguem sair do lugar. Mas de um tempo para cá consegui espanar a ultima poeira de algumas quedas que tive. Algumas realizações, momentos e boas risadas no meio de madrugadas. Depois que você sai de uma depressão você passa se achar um psicólogo, né? Ando tão analítico, questionando, observando e muitas vezes dando consulta para alheios.

O que mais sobressai é o discurso da vitima. A vitima quer te levar para o poço com ela. Não sei se é da minha indiferença, mas não me deixo levar, tento dobrar e questionar o tal sentimento ou problema em questão. Digo o que penso, dou minha opinião (quando solicitada), mas até entendo a vitima, já me coloquei muitas vezes nessa posição. Todos nos colocamos. Uns mais, outros menos.

Ando dando uma de super sincero que mal caibo em mim de tamanha vontade de analisar. Mas, me calo, por que nenhuma verdade é absoluta. Mal sabem os que colocam a fantasia de cordeiro que eles na verdade são os verdadeiros lobos.



Vou tentar escrever com mais freqüência e postar. Abraço.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Post # 1 1

O desesperado, um relógio e a lei da atração.



Como todos sabem sou um grande fã de Los Hermanos. Mas o que eu não sabia era o que eu seria capaz de fazer para poder ver o último show deles (bate na madeira três vezes), após o anuncio do recesso da banda.

Ando numa dureza danada, desempregado, sem grana mesmo. E não consegui me organizar para comprar um ingresso. Assim fui levando, condicionando minha mente para não me frustrar com os comentários de amigos sobre “o grande show dos Hermanos”. Ainda havia um fio de esperança em mim de que na ultima hora eu arranjaria dinheiro e iria ao show, mas desesperei-me em ver que os ingressos se esgotaram rapidamente. Entreguei-me enfim a idéia de que dos três shows eu não assistiria nenhum. Autodistrai-me, talvez propositalmente. Encontrava-me ainda numa onda de negatividade extrema que começou a dissipar-se somente com o sucesso das filmagens onde fiz a direção de arte, juntamente com minha querida Carol Motta, do filme “Hoje tem Ragú”, produzido na Estácio. Comecei a projetar coisas boas para mim. Um emprego ainda não surgiu, mas não me desespero por que sei que vou crescer ainda mais até o final do ano.

Nesse meio tempo, onde já começava a direcionar meus pensamentos para coisas boas, assisti o documentário “O segredo”, baseado no livro homônimo. No filme é discutida a lei da atração. Minhas esperanças aumentaram vendo que possivelmente estaria no caminho certo ao projetar minha mente para o que eu queria. Algo que queria muito e que pensei muito para ter de volta aconteceu, sim era o caminho. Mostrei o documentário para um amigo meu, Felipe. Como eu, ele começou a projetar seu pensamento. Ele queria muito ver o ultimo show dos Hermanos. Mas como? Não sabíamos. Ele lembrou que conhecia algumas pessoas que poderiam nos levar a conseguir ingressos.

Sábado, dia nove de junho de dois mil e sete. Acordei, agradeci, levantei-me e pensei mais uma vez no show. O que fazer? Qualquer coisa. Pensei então numa solução desesperada para minha situação. Fim de tarde. Nenhuma resposta do Felipe. Liguei então.

- E aí cara?
- Porra, o André esqueceu o telefone da menina no trabalho...
- Caralho... E agora...
- E agora nada, né?
- Felipe, eu tenho uma idéia meio idiota.
- Hum...
- Cara, eu tenho um relógio aqui, presente de uma amiga da minha mãe que morava na Suíça.
- Hum...
- Então, ele deve valer uns setenta dólares, vou tentar trocar por três ingressos.
- Ta falando serio?


Voltei para meu quarto e falei com minha irmã e com suas amigas para conversar com algum cambista por lá para ver se a troca seria possível. Um pouco antes da saída delas o Felipe me liga:

- Po, brother, acho que essa parada de relógio é viagem sua, cara...
- Ai... Será?
- È Tunai, vamos fazer outra parada.

Desliguei o telefone e voltei para meu quarto e sentei em frente ao pc. Minha irmã sai com as amigas e eu fico só. Algum tempo depois me liga Yolanda, amiga da Tainá.

- Tunai...
- Hum...
- Falei com um cambista, qual a marca do relógio?
- Tissot.
- Tissot! – grita pro cambista – ele falou que troca sim, mas quer dar uma olhada, saí daí agora.


Não lembro de ter dado uma gargalhada tão gostosa. Sai correndo pro banheiro, tomei um banho apressado e sai rumo à lapa. Chegando lá encontrei as meninas e fui apresentado ao cambista.

- Aqui o relógio.
- Po cara, tou vendo que é original e tudo... Mas não dá pra fazer três ingressos não...
- Tá... Mas tem como fazer um desconto no 3º ingresso?
- Faço por sessenta reais.
- Valeu cara, eu vou tentar com outros cambistas.

Encontrei um grupo de cambista bem estranhos, que olharam e olharam o relógio, mas não aceitaram. Encontrei então um ser humano que percebeu meu desespero. Contei a historia do relógio.

- Cara... Fazer por três é foda... Eu faço o 3º por 40 reais. Vou aceitar no escuro seu relógio...

Aceitei então. Já que o esse era o preço que teria pagado na meia-entrada. Coloquei os três ingressos no meu bolso e aliviado comprei uma cerveja para brindar ao universo por que eu iria assistir um show que vou guardar na lembrança para sempre. Felipe e Talita chegaram. Abracei o Felipe, lembrando do dia anterior nós dois conversando:

- Nós vamos nessa porra... Vamos ao show cara...


Eles chegaram a comentar o meu desprendimento com coisas materiais, mas não se trata bem disso. Adoro conforto, coisas bonitas, sofisticados, dinheiro. Mas naquele momento o relógio era meu caminho para o show. Não uso e nem gosto de relógios, ainda mais um com detalhes em ouro. Era algo que não me representava. Para mim, perto dos momentos em que eu vivi assistindo ao show da banda brasileira que mais gosto, aquele objeto perdeu totalmente seu valor.


O show chegou perto da perfeição. Ver a emoção dos músicos ao despedir-se um do outro e da banda ao publico não teve preço. Encontrar vários amigos meus lá, que por coincidência ou culpa da lei da atração, nos esbarramos pela vida e nos descobrimos igualmente fãs de Los Hermanos.

Acordei feliz no domingo. E agradeci mais uma vez ao universo.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Post # 10


Três, dois, um. Acabou-se o que era doce.

Adoro voltar para casa de ônibus à noite. Gosto de ver as ruas vazias, Postes, bancas de jornal, pessoas, bares, historias que passam. São tantas cores que com a velocidade tudo fica borrado em meus olhos. O vento gelado da serra Grajaú-Jacarepaguá afaga meus cabelos sujos, meus olhos fecham. Meu rosto congela. Meu mundo congela. Sentimentos congelam.


Lá do alto vejo a zona norte. Ver a cidade do alto me comove. Penso sempre na vastidão do mundo. De tudo que não chega a mim. Fico pensando em cada pessoa legal que existe por aí que jamais conhecerei. Comparo-me tão ínfimo diante o mundo inteiro aos meus olhos e me pergunto: por que exatamente as pessoas que eu conheço ou conheci, me relacionei, cruzaram meu caminho? Seis bilhões de pessoas e aquela te pergunta que horas são. Alguém esbarra em você, vira-se e pede perdão. Alguém no meio da noite lhe estende a mão e sorrindo lhe chama para dançar. E alguma dessas pessoas pode simplesmente mudar seu mundo, seu jeito de pensar e enxergar as coisas.

Não quero mais tentar entender os mistérios do mundo. Do meu mundo, precisamente. Dos meus sentimentos. Ali, naquele momento, com sentimentos congelados enquanto o vento levava de mim meus pensamentos ruins eu me perdoei, enfim. Pude descer do ônibus com o pé direito, apontando para a fé.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Post # 9


Até hoje me assusto com a pressão que é escolher uma profissão. Alguns colégios aterrorizam jovens para que eles escolham um caminho, assim, como quem faz miojo. Claro, isso sempre passou pela minha cabeça, aquela velha pergunta que os adultos adoram fazer para as crianças: “e aí, conta pro tio, o que você quer ser quando crescer?”.

A criança, que mal sabe o nome do desenho animado que ela assiste todo dia de manhã responde: “medico, astronauta, paleontólogo, dentista...”.

Comigo foi diferente, não fui pressionado. Na época que eu decidi fazer cinema minha mãe me apoiou, até porque eu estava num momento depressivo e fazer o que eu gosto iria me ajudar. Meu pai fez aquele comentário clássico: e você vai viver do que? Foi quando eu descobri quando surgiu a idéia para o meu nome...

Num desses churrascos da vida, e meados de 1985, minha mãe grávida, meu pai fala: meu filho vai ser artista! Algumas pessoas acham engraçado, na vitrola toca o disco do Tunai, aquele cantor irmão do João Bosco. Alguém então fala: vai ser artista igual ao Tunai. Pronto, era o que faltava para os meus pais. Seria uma previsão do meu pai, então? Eu acabei crescendo com isso já no meu dna.

Meu pai sempre gostou muito de cinema e musica e há uns meses atrás ele secretamente revelou para minha irmã que a ver tocando violão tão bem e me ver estudando cinema enche ele de orgulho, porque são coisas que ele gosta muito. São coisas que ele gostaria de fazer.

Tenho medo de decepcionar meus pais. Mas eu tenho certeza de que estou no caminho certo. Até porque isso foi profetizado por ele até mesmo antes de eu nascer.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Post # 8


As barbaridades


Todos somos malvados. Na idade media reis e rainhas colocavam gatos em sacolas de pano e ateavam fogo por que achavam graça. O povo se divertia com enforcamentos, decapitações. Cabeças rolavam e o povo cuspia nos bandidos, que sem saída viravam espetáculo. Pessoas no interior do Brasil se divertem até hoje colocando galos para brigar. Os pobres bichos se esfolam até o fim. Um exemplo pós-moderno é a troca dos galos pelos Pitbulls, que lutam até a morte enquanto seus donos lutam em boates para chamar atenção do sexo oposto.

Mas apesar de tudo, acredite, pesquisas indicam que a violência diminuiu. Eu tenho uma teoria pessoal. A arte contribuiu muito para saciar os desejos obscuros do ser humano. Aquela vontade que você tem de atirar numa multidão? Alugue “Um dia de fúria”. Quer experimentar carne humana? Veja “Silencio dos inocentes”. Quer ser desumano, destratar pessoas? Leia “O cheiro do ralo”. Quer matar um milhão de soldados? Vá ver “300”. Entre outras formas de se expressar.

O instinto assassino fica latente. Somos animais domesticados com controle remoto.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Post #7



Tunai Paradoxo Caldeira


Acordei para mais um dia nulo de minha vida e vejo um passarinho em minha janela. Deixei a cortina aberta mais uma vez, cacete! A luz do Sol invadia meu quarto, minha vida, estuprava minha vontade de continuar dormindo. Mais um dia nulo, sem sentido. Acordei então. Tentei. Dei bom dia, boa tarde, almocei e pensei. Pensei no passarinho e como as coisas simples acabam deixando recados: fechei minha cortina pra vida! Por mais idiota que seja é verdade. Tranquei portas, janelas, cortinas e gavetas. Engoli as chaves. E agora estou arrependido, num estado lastimável. Tentando achar abrigo em ombros amigos. Minha voz está carente, querendo sair e visitar o mundo. Quero falar, gritar para todos o que deixei para trás e que agora me persegue como um assassino de filme de terror adolescente.

Quando finalmente vou ter certeza do que quero? Alias, quando terei finalmente sensibilidade para perceber que o que me quer e o que me faz bem está ali do meu lado, e eu teimo em lutar contra?

Tudo era tão simples. Eu me esqueci disso. E agora complico tanto minhas relações por medo de ser feliz. Não acredito em felicidade. Tento não acreditar, mas ela existe, sim. E quando ela passa por mim eu finjo ignorar, porque não me acho digno de possuí-la.

Ao mesmo tempo a quero, e desejo. Um paradoxo, sim. Meu sobrenome.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Post # 6

O Cheiro do Ralo

Dia 23 de março estréia O cheiro do ralo, segunda longa metragem de Heitor Dália. Talvez o melhor filme nacional lançado até esse momento do ano. Chama-me atenção ao fato dele ter sido bancado por todos que fazem o filme, orçado originalmente em R$ 2,5 milhões, O Cheiro do Ralo foi realizado com apenas R$ 315 mil, reunidos entre sócios privados e pelos produtores executivos, ou seja, uma espécie de cooperativa cinematográfica. O mais difícil para se fazer cinema no Brasil é o investimento à cultura.

O cheiro do ralo conta a história de Lourenço (Selton Mello), que é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.

Vi o filme totalmente desprovido de qualquer conhecimento sobre o enredo, acho que a surpresa me fez gosta ainda mais. Assisti em uma pré-estréia na minha faculdade onde tivemos um debate com a assistente de direção e dois atores, entre ele o Selton.Mello. Sua atuação é inspiradora. O personagem é muito bem destilado, ele se entrega totalmente.

Na verdade esse post é só para fazer o jabá do filme, que gostei muito e espero que se dê muito bem com publico. Assita, desprovido de preconceitos. Se você for feminista veja, mas lembrando que o filme é sobre o Lourenço e não os homens em geral. ^^

O filme estréia amanha, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Assista e de uma força pro cinema nacional. Isso significa emprego pra mim no futuro..

=D



domingo, 18 de março de 2007

Post # 5


Às vezes me cansa ser humano. No sentido sentimental do ser humano. Do uso do cérebro, da eletricidade, dos cheiros, da memória, de fantasmas e sussurros. Queria ser mais animal, agir mais por instintos milenares. Comer, reproduzir, sobreviver e morrer. Queria não pensar e destilar meus próprios pensamentos e nem mesmo estar escrevendo este texto que não vai me levar a lugar nenhum, muito menos a você.

O homem pensa, dos pensamentos vem a depressão, da depressão a falta de sentido, em seguida a solidão. E a solidão te faz se apaixonar por seres humanos que igualmente destilam pensamentos. Não gosto dessa falta de controle nos sentimentos. O mais estranho disso tudo é ter consciência de que existem coisas no mundo com que eu possa me preocupar, talvez mais importantes, mas não. Tenho medo de ficar sozinho.

Mas agora estou calmo, razoavelmente bem, até esboçando sorrisos. Mas cansei de correr atrás das pessoas. Às vezes nesse sentindo, sim, ajo por instinto. Sou sempre quem conquista, quem liga, quem resolve pepinos. Quero alguém me observando, enchendo a minha caixa de mensagens de recadinhos fofos, me conquistando. Será que posso me dar a esse luxo agora?

Não sei. Só sei que o cheiro... Fez-me lembrar tantas coisas boas.

domingo, 11 de março de 2007

Post #4


Tenho assistido Dexter. Um seriado muito bom produzido pelo canal americano Showtime. O personagem central é um assassino em serie que foi adotado quando criança. Seu pai adotivo era um policial. Desde jovem Dexter demonstra ter tendências assassinas, seu pai percebendo a estranha característica do seu filho começou um processo de canalização de seu impulso assassino. Dexter cresce e trabalha na policia de Miami como especialista em sangue em cena de crimes.

Dexter é um personagem muito interessante. Ele é frio, indiferente, cínico e não nutre sentimentos por nada nem por ninguém. Mas ele os finge muito bem.

Para sermos aceitos em sociedade fingimos o tempo todo. Às vezes me pego fingindo como Dexter, mas não tenho o que esconder exatamente. Às vezes não consigo fingir minha indiferença ao mundo ao meu redor. Minha sinceridade e minha falta de amor ao próximo na hora de tomar atitudes às vezes assusta. Sou aleatório sim, indiferente? Sim talvez, uma indiferença controlada. Eu cansei seriamente. Tenho um inpulso forte dentro de mim, mas não sei se é bem culpa minha ou das características da minha educação somado as coisas que vi caminhando por ai. Diferente de Dexter eu não tive um mentor para canalizar minhas vontades então, de repente, me pego com uma faca na mão. Mas dá próxima vez vou ter coragem e usar contra mim mesmo

quinta-feira, 1 de março de 2007

Post # 3



Hoje é aniversario da minha cidade. Eu amo o Rio de Janeiro. É tipo amar um filho mesmo sabendo dos problemas que tem. Mas o que as pessoas esquecem é que violência não é exclusividade do Rio, há por todas as grandes metrópoles. Para mim existe uma grande delatora dos fatos que ocorrem aqui.

O Rio realmente é uma das maiores, talvez a maior cidade com desigualdade social. Na Zona Norte e da Zona Sul, onde vive a maior parte da classe média carioca, ficam as grandes favelas e comunidades carentes. Vivem numa “desarmonia harmoniosa”. É na Zona Sul onde vive a grande parte “pensante” do país, como artistas, empresários, jornalistas. Logo um jornalista que vive lado a lado com essa desigualdade, vendo a bomba estourar na porta de sua casa, o que ele fará? Ira bombardear a mídia com noticias que mostram a “sujeira” que ele encontra a sua porta. Nessa historia toda, a noticia da violência é repetida aos berros para o mundo e para o país inteiro pela Fátima Bernardes e pelo Willian Bonner todas a noites. Mas nada é feito. Esses mesmos “pensantes” cheiram quilômetros de cocaína e bombas voltam a estourar. A Rede Globo, a maior rede de Tv do país e a quinta maior do mundo é carioca. Mora na Zona Sul e acabou com a imagem do Rio, fato. Acabou com o Rio na década de 90, por isso, grandes empresas saíram do Rio, porque eles mostram todas as noites, sempre, que é “impossível ficar aqui com essa violência toda. O Rio de Janeiro é a cidade mais violenta do Brasil”.

Todo o Brasil ficou chocado com a morte do menino João Helio. Como todos, fiquei chocado e chorei também, mas o que a Globo faz com que você esqueça é que a cada cinco minuto uma criança morre de fome no Brasil e no mundo. Não há violência maior do que o descaso.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Post # 2


Cá estou eu mais uma vez a escrever. Hoje na verdade não tenho nada especial para dizer. Apenas quero tentar exercitar. Um professor de Literatura no meu 2º ano sempre falava que a escrita é um exercício e aquelas poesias que você escreve que ficam jogadas no fundo da gaveta sempre tem que sair, serem relidas, se precisar, reescritas. Tudo nesse mundo tem uma segunda chance então?

Começo então a viajar nas possibilidades; reescrever uma amizade, reescrever seus planos, quem sabe reescrever um amor do passado? Será que vale engolir mágoas e reescrever as paginas de sua vida?

Falando nisso... Vi a novela hoje. Eu gosto das novelas do Manoel Carlos, assumo aqui: gosto de novelas. Mas acabo enjoando. Mas na reta final a curiosidade veste uma roupa com lâmpadas neon. Ele tem um jeito de escrever, como dizem por aí, como uma "crônica". Mas chega uma hora que cansa. Até o tédio da vida ele descreve muito bem nos seus textos, e por isso elas vão ficando chatas. Acho que uma novela deveria ter uns três, quatros meses.

Falando nisso... Já estamos em março. Dei-me conta disso quando entrei num mercado domingo e vi coelhos de chocolate e ovos de páscoas que já começam a serem pendurados. O ano está passando rápido e ainda não consegui dar partida na minha vida. Sinto-me numa ladeira com um Fusca. Mas tudo bem... A esperança...

Falando nisso... Vou parando o post por aqui, por que de "porque em porque" vou acabar chegando na criação do mundo e não estou a fim de pensar no que não está ao meu alcance para ser respondido. Ou nada que eu não possa achar no Google.

=)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Post # 1


Meu antigo blog morreu, vida nova então.


Finalmente o ano vai começar! Não entendo como o povo brasileiro só consegue se programar para começar a pensar na vida somente com o fim do carnaval. Mas, como todo bom brasileiro, eu tentei cair na folia. Não é dificil, mas me sinto estranho no meio da multidão, das crianças com aqueles sprays de espuma. Fico tenso quando passo perto de uma criança "armada".

Crianças são bichos cruéis por natureza. Não tem medo das consequências, não tem noção de maldade e de humilhação. Exemplo: é facil na escola, quando você tem 5 anos, chamar aquela sua amiga gordinha de baleia, é engrçado, né? Pois é.. mas a criança não tem noção de como as palavras e algumas atitudes tem força. É muito facil tacar espuma na cara de qualquer babaca que passar. Até você mesmo vai pensar: puxa é carnaval, e é só uma criança. Bem, aproveitando o gancho; queria falar de liberdade. As crianças possuem essa liberdade, digo, não a das escolha próprias mas dos impulsos e maldades. E carnaval nada mais é do que adultos brincando como crianças, mas com uns brinquedinhos diferentes. Nessa época é tudo é liberado: bebida, drogas, putaria.

"Ai, mas gentchi, é carnaval. Trepe, mas com camisinha, encha a cara, mas com moderação, querida. beijos"".

É, carnaval... Mas isso acontece sempre. Carnaval é tipo um "OFF", e depois tudo volta ao normal. Colocamos nossas vendas e seguimos novamente tropeçando por aí.

Gente, feliz ano novo pra vocês! Agora sim, 2007 começou!!