quinta-feira, 22 de março de 2007

Post # 6

O Cheiro do Ralo

Dia 23 de março estréia O cheiro do ralo, segunda longa metragem de Heitor Dália. Talvez o melhor filme nacional lançado até esse momento do ano. Chama-me atenção ao fato dele ter sido bancado por todos que fazem o filme, orçado originalmente em R$ 2,5 milhões, O Cheiro do Ralo foi realizado com apenas R$ 315 mil, reunidos entre sócios privados e pelos produtores executivos, ou seja, uma espécie de cooperativa cinematográfica. O mais difícil para se fazer cinema no Brasil é o investimento à cultura.

O cheiro do ralo conta a história de Lourenço (Selton Mello), que é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.

Vi o filme totalmente desprovido de qualquer conhecimento sobre o enredo, acho que a surpresa me fez gosta ainda mais. Assisti em uma pré-estréia na minha faculdade onde tivemos um debate com a assistente de direção e dois atores, entre ele o Selton.Mello. Sua atuação é inspiradora. O personagem é muito bem destilado, ele se entrega totalmente.

Na verdade esse post é só para fazer o jabá do filme, que gostei muito e espero que se dê muito bem com publico. Assita, desprovido de preconceitos. Se você for feminista veja, mas lembrando que o filme é sobre o Lourenço e não os homens em geral. ^^

O filme estréia amanha, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Assista e de uma força pro cinema nacional. Isso significa emprego pra mim no futuro..

=D



domingo, 18 de março de 2007

Post # 5


Às vezes me cansa ser humano. No sentido sentimental do ser humano. Do uso do cérebro, da eletricidade, dos cheiros, da memória, de fantasmas e sussurros. Queria ser mais animal, agir mais por instintos milenares. Comer, reproduzir, sobreviver e morrer. Queria não pensar e destilar meus próprios pensamentos e nem mesmo estar escrevendo este texto que não vai me levar a lugar nenhum, muito menos a você.

O homem pensa, dos pensamentos vem a depressão, da depressão a falta de sentido, em seguida a solidão. E a solidão te faz se apaixonar por seres humanos que igualmente destilam pensamentos. Não gosto dessa falta de controle nos sentimentos. O mais estranho disso tudo é ter consciência de que existem coisas no mundo com que eu possa me preocupar, talvez mais importantes, mas não. Tenho medo de ficar sozinho.

Mas agora estou calmo, razoavelmente bem, até esboçando sorrisos. Mas cansei de correr atrás das pessoas. Às vezes nesse sentindo, sim, ajo por instinto. Sou sempre quem conquista, quem liga, quem resolve pepinos. Quero alguém me observando, enchendo a minha caixa de mensagens de recadinhos fofos, me conquistando. Será que posso me dar a esse luxo agora?

Não sei. Só sei que o cheiro... Fez-me lembrar tantas coisas boas.

domingo, 11 de março de 2007

Post #4


Tenho assistido Dexter. Um seriado muito bom produzido pelo canal americano Showtime. O personagem central é um assassino em serie que foi adotado quando criança. Seu pai adotivo era um policial. Desde jovem Dexter demonstra ter tendências assassinas, seu pai percebendo a estranha característica do seu filho começou um processo de canalização de seu impulso assassino. Dexter cresce e trabalha na policia de Miami como especialista em sangue em cena de crimes.

Dexter é um personagem muito interessante. Ele é frio, indiferente, cínico e não nutre sentimentos por nada nem por ninguém. Mas ele os finge muito bem.

Para sermos aceitos em sociedade fingimos o tempo todo. Às vezes me pego fingindo como Dexter, mas não tenho o que esconder exatamente. Às vezes não consigo fingir minha indiferença ao mundo ao meu redor. Minha sinceridade e minha falta de amor ao próximo na hora de tomar atitudes às vezes assusta. Sou aleatório sim, indiferente? Sim talvez, uma indiferença controlada. Eu cansei seriamente. Tenho um inpulso forte dentro de mim, mas não sei se é bem culpa minha ou das características da minha educação somado as coisas que vi caminhando por ai. Diferente de Dexter eu não tive um mentor para canalizar minhas vontades então, de repente, me pego com uma faca na mão. Mas dá próxima vez vou ter coragem e usar contra mim mesmo

quinta-feira, 1 de março de 2007

Post # 3



Hoje é aniversario da minha cidade. Eu amo o Rio de Janeiro. É tipo amar um filho mesmo sabendo dos problemas que tem. Mas o que as pessoas esquecem é que violência não é exclusividade do Rio, há por todas as grandes metrópoles. Para mim existe uma grande delatora dos fatos que ocorrem aqui.

O Rio realmente é uma das maiores, talvez a maior cidade com desigualdade social. Na Zona Norte e da Zona Sul, onde vive a maior parte da classe média carioca, ficam as grandes favelas e comunidades carentes. Vivem numa “desarmonia harmoniosa”. É na Zona Sul onde vive a grande parte “pensante” do país, como artistas, empresários, jornalistas. Logo um jornalista que vive lado a lado com essa desigualdade, vendo a bomba estourar na porta de sua casa, o que ele fará? Ira bombardear a mídia com noticias que mostram a “sujeira” que ele encontra a sua porta. Nessa historia toda, a noticia da violência é repetida aos berros para o mundo e para o país inteiro pela Fátima Bernardes e pelo Willian Bonner todas a noites. Mas nada é feito. Esses mesmos “pensantes” cheiram quilômetros de cocaína e bombas voltam a estourar. A Rede Globo, a maior rede de Tv do país e a quinta maior do mundo é carioca. Mora na Zona Sul e acabou com a imagem do Rio, fato. Acabou com o Rio na década de 90, por isso, grandes empresas saíram do Rio, porque eles mostram todas as noites, sempre, que é “impossível ficar aqui com essa violência toda. O Rio de Janeiro é a cidade mais violenta do Brasil”.

Todo o Brasil ficou chocado com a morte do menino João Helio. Como todos, fiquei chocado e chorei também, mas o que a Globo faz com que você esqueça é que a cada cinco minuto uma criança morre de fome no Brasil e no mundo. Não há violência maior do que o descaso.