terça-feira, 3 de abril de 2007

Post #7



Tunai Paradoxo Caldeira


Acordei para mais um dia nulo de minha vida e vejo um passarinho em minha janela. Deixei a cortina aberta mais uma vez, cacete! A luz do Sol invadia meu quarto, minha vida, estuprava minha vontade de continuar dormindo. Mais um dia nulo, sem sentido. Acordei então. Tentei. Dei bom dia, boa tarde, almocei e pensei. Pensei no passarinho e como as coisas simples acabam deixando recados: fechei minha cortina pra vida! Por mais idiota que seja é verdade. Tranquei portas, janelas, cortinas e gavetas. Engoli as chaves. E agora estou arrependido, num estado lastimável. Tentando achar abrigo em ombros amigos. Minha voz está carente, querendo sair e visitar o mundo. Quero falar, gritar para todos o que deixei para trás e que agora me persegue como um assassino de filme de terror adolescente.

Quando finalmente vou ter certeza do que quero? Alias, quando terei finalmente sensibilidade para perceber que o que me quer e o que me faz bem está ali do meu lado, e eu teimo em lutar contra?

Tudo era tão simples. Eu me esqueci disso. E agora complico tanto minhas relações por medo de ser feliz. Não acredito em felicidade. Tento não acreditar, mas ela existe, sim. E quando ela passa por mim eu finjo ignorar, porque não me acho digno de possuí-la.

Ao mesmo tempo a quero, e desejo. Um paradoxo, sim. Meu sobrenome.

2 comentários:

Pipoca de Panela disse...

te entendo perfeitamente!! tb sou um pouco assim...sei q a felicidade existe..porém tenho medo de encontrá-la....me vejo em casos e descasos..me coloco em uma situação mais complicada q a outra..faço de tudo pra afastar a perfeição..na verdade acho q tudo qnd está perfeito de mais me incomoda..talvez isso seja algum trauma do passado..sei lá...
só sei q não queria ser assim! q queria poder sonhar e acreditar mais nas coisas..ahh sei lá..

Mayra disse...

Eu as vezes acho também que não acredito mais em felicidade. Outro dia eu escrevi isso, mas escrevi que não acreditava mais em esperança. Era mentira. Eu sempre vejo que era mentira.
Uma vez, tive vontade de atirar num passsrinho que cantava à minha janela. Me senti horrível por esse pensamento ter passado pela minha cabeça.